terça-feira, 2 de novembro de 2010

De: Mim. Para: Você.

Amizade é um troço complicado, a gente nunca sabe quando está cruzando os limites. Intimidade é um negoço complicado também. Não é a toa que as pessoas se divorciam todo o tempo(rs). E até casais felizes as vezes se irritam com as manias um do outro. Construir coisas assim são tão complicadas... E todo mundo precisa de um tempo e de espaço as vezes. Essas coisas não são lineares, tem altos e baixos. Se tem uma coisa que tem que ser foco na amizade, é a amizade. Não outra coisa qualquer. Não tem que ser prefeito, nada tem que ser perfeito. Não estou pedindo por perfeição, se acha que é isso, entendeu tudo errado. Quero seu respeito, quero ser respeitado. Me respeite como eu te respeito e tudo acabará bem. Acho que eu fiquei complicado depois que eu vim para cá ou com mania de complicar tudo e por isso escrevi da forma mais simples.Eu gosto de você, sério mesmo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010




Moral vem de uma palavra do latim, a palavra “mores”. Moral é todo um conjunto de normas que regulam o comportamento dos indivíduos dentro da sociedade.

Acredito que os valores da moral se modificam com o tempo e o espaço, então esses valores são transitórios. A aceitabilidade de um grupo depende do entendimento do coletivo sobre ele. Podemos usar como exemplo, os negros. No passado os negros tinham seus direitos negligenciados devido a valores negativos que eram atribuídos a eles ( desconsiderava-se a existência de sua alma, os entendiam como uma raça inferior, etc.).A sociedade evoluiu e, agora, entendemos que como qualquer indivíduo de outra etnia eles são inteligentes e capazes.

No que tange ao tema da homossexualidade, a sociedade brasileira ainda tem um longo caminho para percorrer. Precisa evoluir ao ponto de perceber que ser homossexual não é crime, não é pecado, não é imoralidade. Ainda estamos presos a conceitos calcados em valores religiosos que não se aplicam mais, ainda mais se tratando de um país laico, como se diz ser o Brasil. E são justamente essas velhas opiniões formadas ( Toca Raul!) sobre a homossexualidade que geram o preconceito, a homofobia. O Brasil é o país que tem o maior número de assassinatos a homossexuais no mundo e entre os estados com a maior concentração dessas mortes, encontra-se a Bahia. Além disso, impedem os avanços de várias conquistas dos LGBTs no campo jurídico.

Devido até mesmo a esses valores morais anacrônicos em nossa sociedade, ensinamos direta ou indiretamente os nossos filhos a serem preconceituosos, a não respeitarem a sexualidade dos indivíduos. Assim esse pensamento retrogrado se perpetua. É uma guerra injusta onde se encontram do lado oposto da força LGBT: a escola, que não aborda o tema; o governo, que não legaliza as leis favoráveis aos homossexuais, e a igreja, que se opõe a toda e qualquer evolução que se tente trilhar nesse campo. Precisamos perceber que os nossos atuais conceitos sobre a sexualidade necessitam de revisões e de sofrer alterações que comportem esse grupo cujos direitos vêm sendo negados.


Mas a luta para o contorno desses valores precisa ser diária. Não é só uma luta pelo reconhecimento aos homossexuais, mas é um passo adiante na evolução do pensamento moderno e dos direitos humanos.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Escrever é libertação!

O cômico é que eu nunca fui de me silenciar. Sempre deixei que meus sentimentos emanassem, fluíssem pelos meus poros. Me encontro inerte, amedrontado com a possibilidade de te perder por inteiro. Isso me freia, isso me bloqueia.Prometi que nunca mais sofreria por alguém.Você não me faz sofrer, eu me faço sofrer!Me auto-flagelo insistindo nesses sentimentos. E você... você vem com paninho e água para cuidar das minhas feridas.
Depois de ter provado o sabor da sua pele, o gosto do teu beijo, depois de sentir todo aquele carinho,todo aquele afeto... se torna tão difícil de deixar tudo para trás. Lembra?Meu corpo se confundindo com o seu, eu bebia da sua alma e você bebia da minha.
Falta tão pouco, tão pouco para que eu te entregue os meus sentimentos numa bandeja prateada! Quero romper com o meu silêncio. Talvez eu queira arriscar perder essa nossa cumplicidade, essa nossa amizade para tentar ter você para mim novamente...


... Ou não. Ah, merda !

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sobre um romance que tive.


O coração vinha a boca, a mão suava, garganta seca.Me sentia ridículo, estúpido. O amor deixa a gente ridículo e estúpido. Alguém quer contestar? A cada encontro "ocasional" nosso por mim premeditado, todas essas sensações invariavelmente se repetiam.

E foi num desses encontros premeditadamente ocasionais que o convidei para ir a minha casa. Coração na porta da boca, mãos suadas,garganta seca... O tempo parecia andar em slown motion. "Merda, ele vai dizer não, vai inventar alguma desculpa", pensei. Foi um "tudo bem" que ele me respondeu. Um "tudo bem" despreocupado e calmo.Garganta seca, mãos suadas, coração na boca... e agora? "Merda, ele aceitou". A resposta positiva só fizeram com que os sintomas da "paixonite aguda" se agravassem. Sentia os músculos se flexionarem, as pernas bambearem... Novos sintomas. O amor é uma doença crônica.Resolvi relaxar e me entregar as sensações. Pronto, eu era somente sensações, estava a flor da pele, entregue aquele romance que eu não sabia onde podia me levar. -Mentira, eu sabia. Só não me importava com aquilo no exato momento.- Eu era apenas sensações, irracional.

Ao adiantado da hora, marcado no dia do encontro, as minhas mãos suavam, o coração se encontrava atolado na minha garganta que já estava totalmente seca. Eu me sentia completamente estúpido e ridículo. Bem, só até a a campainha tocar. -Mentira. Ele gritou, meu interfone estava quebrado.- Após aquele toque eu era pura sensações, estava a flor da epiderme.

Tudo muito infantil. Os olhares, o sorriso bobo, os gestos. Nunca senti que um sofá fosse tão grande. Parecia que tinha toda uma avenida nos separando. E fomos nos aproximando. Perto, mais perto, ainda mais perto. Deitei minha cabeça no ombro dele. Sua respiração era gostosa. Eu erguia meus olhos, ele me observava, nossos olhos se encontravam, a luz dos olhos meus na luz dos olhos dele, como escreveu Vinicius.

Levantei, coloquei minha mão em seu rosto, contemplei seu belo sorriso e lancei minha boca na direção da dele. Nos beijamos. Um beijo bom, daqueles apaixonados e com um leve sabor de café no final. Passadas horas que mais pareceram minutos que se atropelavam, a despedida: "Tchau", eu disse. Com um expressão um tanto indignada na face, ele retrucou: "Tchau nada, até logo". Meus olhos brilhavam. Era esperança de uma mudança devastadora e excitante que poderia atingir a minha vida.

Os dias que se seguiram foram de puro gozo e alegria. Ele reacendeu em mim a chama que há muito havia se apagado, fez com que minha vida recuperasse o sentido e eu voltasse a sorrir toda vez que abrisse a janela para receber os raios de sol do novo dia que me convidava para sair de casa e ser feliz mais um tantinho. A vida não podia ser mais prazerosa.

Bem... Mentira! Isso não aconteceu. Isso era o que deveria ter acontecido, mas você sabe que finais felizes só existem em filmes que insistimos em ver para comparar com as nossas vidas reais e perceber como somos infelizes pois não temos um romance ideal. Eu vou contar a vocês o final como foi de verdade, o final que ecoa nas vidas fora dos setes de filmagem:

Os dias que se seguiram foram de puro ardor agonizante no peito. Ele apagou em mim o último resquício de chama que há muito eu tentava manter acesa, fez com que a vida perdesse o pouco de sentido que ainda conseguia atribuir. Fez com que eu fechasse as janelas para não entrar os raios de sol do novo dia que me repelia e me fazia querer continuar na cama. A vida não podia ser mais desgastante. Era como aqueles maridos que saiam de casa com a desculpa de ir buscar um fósforo e nunca mais voltavam.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre Dilma.


Dilma Rousself surgiu do nada, pequena e insignificante, ninguém deu atenção aquela figura singular que aos poucos foi tomando espaço na mídia. Era um aposta do PT para tentar alavancar um candidato para a disputa à presidência depois do nome de seus favoritos terem sido manchados em um escândalo político. Ela não era a melhor opção, era a única, numa tentativa desesperada de emplacar um presidenciável que estivesse isento de acusações.

A sombra da popularidade de Lula, o personagem Dilma foi difundido entre a população e terminou conquistando um espaço jamais imaginado, de anônima passou a líder nas pesquisas do Ibope. Para muitos sua vitória nessas eleições já está dado como certa.


Confesso que já me iludi mais com relação a candidatura da nossa provavél primeira presidenta, mas isso não durou muito. Não custei a perceber que essa era apenas mais uma candidata vendida aos interesses das classes dominantes e envolvida nessa prática suja de venda de votos no comércio de interesses.

A minha decepção começou ao ler as diretrizes do seu programa para governo e não encontrar nenhuma proposta de ação afirmativa em prol das causas LGBTT mesmo no paragrafo destinado a assuntos relacionados aos direitos humanos. Já estou acostumado a ser ignorado pelos poderes públicos e não ter nenhuma representação ao meu grupo no meio político, tudo bem, é só um ressentimentozinho que custa a me abandonar. Mas o que realmente me deixou chocado e desanimado com relação a sua candidatura foi ler a "Carta Aberta ao povo de Deus", onde ela se compromete a não se intrometer nos assuntos relacionados as causas pró-homossexuais, nas questões relacionadas ao aborto e se compromete a defender a instituição familiar, colocando também a igreja como instituição fundamental na ajuda ao resgate aos valores e a um resgate a sociedade (sabemos, é claro, o quanto a igreja é conservadora e preconceituosa).

Se eu tivesse a oportunidade de enviar uma carta a Rousself eu escreveria apenas isso: "Não se esqueça que o nosso país é laico".

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No site Rádio Natureza vocês podem conferir a carta na integra: http://www.radionatureza.com.br/site/2010/%E2%80%9Ccarta-aberta-ao-povo-de-deus%E2%80%9D-confira-na-integra-as-palavras-de-dilma-rousseff/

Não-pertencimento.


Uma das piores sensações que você pode sentir na vida é a de não-pertencimento. Sensação de não pertencer ao homem ou a mulher que é casado(a), não pertencer a sua família, não pertencer ao seu corpo, não pertencer ao seu grupo de amigos, não pertencer ao lugar onde vive. Eu não pertenço ao lugar onde vivo.

Acorda pela manhã, abre a janela para deixar entrar a brisa do novo dia, enche bem o peito... e respira cinza. Visualiza um sol cinza, ruas acinzentadas, pessoas acinzentadas. Cinza. Um ambiente morto, tingido de um cor sem vida.Ao longe, toca baixinho uma música que apenas você ouve, um ritmo nostálgico que te remete a fragmentos de sua vida que já foram mais nobres.

Acordar,dormir,acordar,dormir! Ações mecânicas e desprovidas de qualquer emoção. Cérebro no automâtico. *Clicky* Aperta o play para enfrentar as horas. E a vida faz sentido?

Sigo esperando que os ventos mudem para o norte.