terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre Dilma.


Dilma Rousself surgiu do nada, pequena e insignificante, ninguém deu atenção aquela figura singular que aos poucos foi tomando espaço na mídia. Era um aposta do PT para tentar alavancar um candidato para a disputa à presidência depois do nome de seus favoritos terem sido manchados em um escândalo político. Ela não era a melhor opção, era a única, numa tentativa desesperada de emplacar um presidenciável que estivesse isento de acusações.

A sombra da popularidade de Lula, o personagem Dilma foi difundido entre a população e terminou conquistando um espaço jamais imaginado, de anônima passou a líder nas pesquisas do Ibope. Para muitos sua vitória nessas eleições já está dado como certa.


Confesso que já me iludi mais com relação a candidatura da nossa provavél primeira presidenta, mas isso não durou muito. Não custei a perceber que essa era apenas mais uma candidata vendida aos interesses das classes dominantes e envolvida nessa prática suja de venda de votos no comércio de interesses.

A minha decepção começou ao ler as diretrizes do seu programa para governo e não encontrar nenhuma proposta de ação afirmativa em prol das causas LGBTT mesmo no paragrafo destinado a assuntos relacionados aos direitos humanos. Já estou acostumado a ser ignorado pelos poderes públicos e não ter nenhuma representação ao meu grupo no meio político, tudo bem, é só um ressentimentozinho que custa a me abandonar. Mas o que realmente me deixou chocado e desanimado com relação a sua candidatura foi ler a "Carta Aberta ao povo de Deus", onde ela se compromete a não se intrometer nos assuntos relacionados as causas pró-homossexuais, nas questões relacionadas ao aborto e se compromete a defender a instituição familiar, colocando também a igreja como instituição fundamental na ajuda ao resgate aos valores e a um resgate a sociedade (sabemos, é claro, o quanto a igreja é conservadora e preconceituosa).

Se eu tivesse a oportunidade de enviar uma carta a Rousself eu escreveria apenas isso: "Não se esqueça que o nosso país é laico".

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No site Rádio Natureza vocês podem conferir a carta na integra: http://www.radionatureza.com.br/site/2010/%E2%80%9Ccarta-aberta-ao-povo-de-deus%E2%80%9D-confira-na-integra-as-palavras-de-dilma-rousseff/

Não-pertencimento.


Uma das piores sensações que você pode sentir na vida é a de não-pertencimento. Sensação de não pertencer ao homem ou a mulher que é casado(a), não pertencer a sua família, não pertencer ao seu corpo, não pertencer ao seu grupo de amigos, não pertencer ao lugar onde vive. Eu não pertenço ao lugar onde vivo.

Acorda pela manhã, abre a janela para deixar entrar a brisa do novo dia, enche bem o peito... e respira cinza. Visualiza um sol cinza, ruas acinzentadas, pessoas acinzentadas. Cinza. Um ambiente morto, tingido de um cor sem vida.Ao longe, toca baixinho uma música que apenas você ouve, um ritmo nostálgico que te remete a fragmentos de sua vida que já foram mais nobres.

Acordar,dormir,acordar,dormir! Ações mecânicas e desprovidas de qualquer emoção. Cérebro no automâtico. *Clicky* Aperta o play para enfrentar as horas. E a vida faz sentido?

Sigo esperando que os ventos mudem para o norte.