segunda-feira, 27 de setembro de 2010




Moral vem de uma palavra do latim, a palavra “mores”. Moral é todo um conjunto de normas que regulam o comportamento dos indivíduos dentro da sociedade.

Acredito que os valores da moral se modificam com o tempo e o espaço, então esses valores são transitórios. A aceitabilidade de um grupo depende do entendimento do coletivo sobre ele. Podemos usar como exemplo, os negros. No passado os negros tinham seus direitos negligenciados devido a valores negativos que eram atribuídos a eles ( desconsiderava-se a existência de sua alma, os entendiam como uma raça inferior, etc.).A sociedade evoluiu e, agora, entendemos que como qualquer indivíduo de outra etnia eles são inteligentes e capazes.

No que tange ao tema da homossexualidade, a sociedade brasileira ainda tem um longo caminho para percorrer. Precisa evoluir ao ponto de perceber que ser homossexual não é crime, não é pecado, não é imoralidade. Ainda estamos presos a conceitos calcados em valores religiosos que não se aplicam mais, ainda mais se tratando de um país laico, como se diz ser o Brasil. E são justamente essas velhas opiniões formadas ( Toca Raul!) sobre a homossexualidade que geram o preconceito, a homofobia. O Brasil é o país que tem o maior número de assassinatos a homossexuais no mundo e entre os estados com a maior concentração dessas mortes, encontra-se a Bahia. Além disso, impedem os avanços de várias conquistas dos LGBTs no campo jurídico.

Devido até mesmo a esses valores morais anacrônicos em nossa sociedade, ensinamos direta ou indiretamente os nossos filhos a serem preconceituosos, a não respeitarem a sexualidade dos indivíduos. Assim esse pensamento retrogrado se perpetua. É uma guerra injusta onde se encontram do lado oposto da força LGBT: a escola, que não aborda o tema; o governo, que não legaliza as leis favoráveis aos homossexuais, e a igreja, que se opõe a toda e qualquer evolução que se tente trilhar nesse campo. Precisamos perceber que os nossos atuais conceitos sobre a sexualidade necessitam de revisões e de sofrer alterações que comportem esse grupo cujos direitos vêm sendo negados.


Mas a luta para o contorno desses valores precisa ser diária. Não é só uma luta pelo reconhecimento aos homossexuais, mas é um passo adiante na evolução do pensamento moderno e dos direitos humanos.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Escrever é libertação!

O cômico é que eu nunca fui de me silenciar. Sempre deixei que meus sentimentos emanassem, fluíssem pelos meus poros. Me encontro inerte, amedrontado com a possibilidade de te perder por inteiro. Isso me freia, isso me bloqueia.Prometi que nunca mais sofreria por alguém.Você não me faz sofrer, eu me faço sofrer!Me auto-flagelo insistindo nesses sentimentos. E você... você vem com paninho e água para cuidar das minhas feridas.
Depois de ter provado o sabor da sua pele, o gosto do teu beijo, depois de sentir todo aquele carinho,todo aquele afeto... se torna tão difícil de deixar tudo para trás. Lembra?Meu corpo se confundindo com o seu, eu bebia da sua alma e você bebia da minha.
Falta tão pouco, tão pouco para que eu te entregue os meus sentimentos numa bandeja prateada! Quero romper com o meu silêncio. Talvez eu queira arriscar perder essa nossa cumplicidade, essa nossa amizade para tentar ter você para mim novamente...


... Ou não. Ah, merda !

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sobre um romance que tive.


O coração vinha a boca, a mão suava, garganta seca.Me sentia ridículo, estúpido. O amor deixa a gente ridículo e estúpido. Alguém quer contestar? A cada encontro "ocasional" nosso por mim premeditado, todas essas sensações invariavelmente se repetiam.

E foi num desses encontros premeditadamente ocasionais que o convidei para ir a minha casa. Coração na porta da boca, mãos suadas,garganta seca... O tempo parecia andar em slown motion. "Merda, ele vai dizer não, vai inventar alguma desculpa", pensei. Foi um "tudo bem" que ele me respondeu. Um "tudo bem" despreocupado e calmo.Garganta seca, mãos suadas, coração na boca... e agora? "Merda, ele aceitou". A resposta positiva só fizeram com que os sintomas da "paixonite aguda" se agravassem. Sentia os músculos se flexionarem, as pernas bambearem... Novos sintomas. O amor é uma doença crônica.Resolvi relaxar e me entregar as sensações. Pronto, eu era somente sensações, estava a flor da pele, entregue aquele romance que eu não sabia onde podia me levar. -Mentira, eu sabia. Só não me importava com aquilo no exato momento.- Eu era apenas sensações, irracional.

Ao adiantado da hora, marcado no dia do encontro, as minhas mãos suavam, o coração se encontrava atolado na minha garganta que já estava totalmente seca. Eu me sentia completamente estúpido e ridículo. Bem, só até a a campainha tocar. -Mentira. Ele gritou, meu interfone estava quebrado.- Após aquele toque eu era pura sensações, estava a flor da epiderme.

Tudo muito infantil. Os olhares, o sorriso bobo, os gestos. Nunca senti que um sofá fosse tão grande. Parecia que tinha toda uma avenida nos separando. E fomos nos aproximando. Perto, mais perto, ainda mais perto. Deitei minha cabeça no ombro dele. Sua respiração era gostosa. Eu erguia meus olhos, ele me observava, nossos olhos se encontravam, a luz dos olhos meus na luz dos olhos dele, como escreveu Vinicius.

Levantei, coloquei minha mão em seu rosto, contemplei seu belo sorriso e lancei minha boca na direção da dele. Nos beijamos. Um beijo bom, daqueles apaixonados e com um leve sabor de café no final. Passadas horas que mais pareceram minutos que se atropelavam, a despedida: "Tchau", eu disse. Com um expressão um tanto indignada na face, ele retrucou: "Tchau nada, até logo". Meus olhos brilhavam. Era esperança de uma mudança devastadora e excitante que poderia atingir a minha vida.

Os dias que se seguiram foram de puro gozo e alegria. Ele reacendeu em mim a chama que há muito havia se apagado, fez com que minha vida recuperasse o sentido e eu voltasse a sorrir toda vez que abrisse a janela para receber os raios de sol do novo dia que me convidava para sair de casa e ser feliz mais um tantinho. A vida não podia ser mais prazerosa.

Bem... Mentira! Isso não aconteceu. Isso era o que deveria ter acontecido, mas você sabe que finais felizes só existem em filmes que insistimos em ver para comparar com as nossas vidas reais e perceber como somos infelizes pois não temos um romance ideal. Eu vou contar a vocês o final como foi de verdade, o final que ecoa nas vidas fora dos setes de filmagem:

Os dias que se seguiram foram de puro ardor agonizante no peito. Ele apagou em mim o último resquício de chama que há muito eu tentava manter acesa, fez com que a vida perdesse o pouco de sentido que ainda conseguia atribuir. Fez com que eu fechasse as janelas para não entrar os raios de sol do novo dia que me repelia e me fazia querer continuar na cama. A vida não podia ser mais desgastante. Era como aqueles maridos que saiam de casa com a desculpa de ir buscar um fósforo e nunca mais voltavam.